Foto: Peixe Zebra. |
A pesquisa revela que uma proteína presente no peixe pode ser a diferença fundamental entre a regeneração da medula em peixes e mamíferos.
Uma das grandes barreiras para a regeneração medular em mamíferos é um mecanismo natural de proteção, que resulta em um efeito colateral indesejado. Depois de uma lesão medular, células do sistema nervoso chamadas glias são ativadas e inundam a área para curar a ferida para proteger o cérebro e a medula espinal. Ao fazer isso, no entanto, a glia cria tecido cicatricial que atua como uma barreira física e química impedindo novos nervos de crescerem no local da lesão.
A diferença entre as células da glia em mamíferos e peixes é a estrutura: a glia de mamíferos assume arranjos altamente ramificados que parece se entrelaçar no tecido denso. As células da glia dos peixes, ao contrário, adota uma forma simples alongada, chamada morfologia bipolar, que abre caminho para o local da lesão e ajuda novas células nervosas a crescerem na área danificada para curar a medula espinhal.
"O peixe-zebra não tem tanta inflamação e a lesão não é tão grave como em mamíferos, assim podemos realmente ver os efeitos pró-regenerativos que acontecem nesses peixes", observa a pesquisadora Yona Goldshmit.
Estudos em ratinhos descobriram que a glia de mamíferos podem até apresentar a mesma forma alongada, mas em resposta ao ambiente em torno da lesão elas criam tecido cicatricial que não permite crescimento de novos nervos.
Goldshmit e seus colegas se centraram em uma família de moléculas chamadas fatores de crescimento fibroblástico (Fgf), que mostraram alguma evidência na recuperação e melhoria em camundongos e humanos com danos na medula espinhal.
Eles descobriram que a atividade de Fgf em torno do local danificado promove a forma bipolar glial e incentiva a regeneração nervosa no peixe-zebra.
Resultados preliminares em camundongos mostram que as injeções de Fgf perto da lesão medular aumentam tanto o número de células da glia no local quanto a morfologia alongada.
Segundo os pesquisadores, a pesquisa sugere que Fgf pode trabalhar para criar um ambiente mais favorável de regeneração em mamíferos e poderia ser um alvo terapêutico valioso.
"Pacientes com lesão da coluna vertebral geralmente têm poucas opções. O desenvolvimento de novas abordagens baseadas na biologia é fundamental. Este é um bom exemplo de como podemos usar o peixe-zebra como modelo de estudo. Quando aprendemos o que olhar a partir do peixe-zebra, podemos encontrar coisas que nos dão esperança para descobrir abordagens terapêuticas para lesão da medula espinhal em seres humanos", conclui a pesquisadora.
Um comentário:
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